sábado, 23 de julho de 2016


Utilizando uma citação apresentada pela PUC Rio em seu curso de Pós-graduação em Paisagismo Ecológico podemos explicar o Paisagismo Ecológico da seguinte forma:
"O PAISAGISMO ECOLÓGICO regenera a multifuncionalidade de paisagens em diversas escalas, mimetizando a natureza. É de fundamental relevância para a sustentabilidade, resiliência e qualidade de vida em áreas urbanas, periurbanas e rurais. Projetos paisagísticos ecológicos, além da beleza estética, mantêm e restabelecem os processos e fluxos das águas, da biodiversidade e das pessoas. Atualmente enfrentamos crises sistêmicas que demandam conhecimentos tanto nas áreas geo-biofísicas quanto nas áreas socioculturais que interagem onde as pessoas vivem."
      A palavra “ecológico” tem sido utilizada ultimamente como sinônimo de algo de baixo impacto ambiental. Porém, a palavra possui um sentido mais amplo que vai além disso. Ecologia para a ciência é o estudo das relações dos seres vivos entre eles e com o meio em que vivem. Com isto em mente, um jardim ecológico, vai além de apenas um jardim de baixo impacto, significa buscarmos entender o ecossistema em que o jardim está inserido e projetar jardins que aproveitem a imensa biodiversidade brasileira. 

      O jardim ecológico no entanto, diferencia-se de uma restauração ecológica, na qual se busca apenas retornar o ambiente degradado, a um estado o mais próximo possível do original. A restauração ecológica é algo muito útil para recuperar matas ciliares, reservas legais e áreas onde se pretende criar refúgios para a vida silvestre, mas pode ser incompatível com as atividades humanas. Por isso o jardim ecológico busca inserir natureza no cotidiano do ser humano permitindo uma relação mais harmônica com o ambiente. 

Para entender melhor sobre os Jardins Ecológicos, um dos produtos oferecidos pela Biocaminhos entre em contato pelo email: contato.biocaminhos@gmail.com 

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Centro da da Cidade de São Paulo - Imagem de The Photographer/Wikimedia Commons
      O dado mais recente divulgado pelo IBGE em 2014 diz que 85,43% da população brasileira vive em área urbana. sabemos que na grande maioria dos espaços urbanos, principalmente nas grandes metrópoles onde residem a maior parte da população brasileira a vegetação natural cedeu espaço ao asfalto e concreto, as áreas verdes muitas vezes são empurradas para pequenos canteiros e praças. Apenas para citar um exemplo em números a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as cidades possuam uma área verde de no mínimo 12 m² por habitante, a média da cidade de São Paulo calculada pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) no ano de 2011 é de 12,5 m²/hab., poderíamos dizer que São Paulo está dentro do limite, no entanto como estamos falando de uma cidade com imensa área urbana está média fica muito distorcida, pois mais da metade de toda a área verde está concentrada no extremo sul e norte do município. A maioria dos distritos do município possuem abaixo de 6 m²/hab. e vários distritos extremamente populosos como Cidade Ademar, Mooca, Campo Limpo, etc. não chegam a 1m²/hab. de área verde, tratam-se de imensas ilhas cinzas. Claro que a realidade de São Paulo não é idêntica em todos as grandes cidades brasileiras, algumas cidades como Curitiba, Maringá, etc. possuem índices muito melhores. No entanto, sabemos que o mesmo caminho que transformou cidades como São Paulo, originalmente situado no interior da região mais biodiversa da Mata Atlântica em uma imensa mancha cinzenta pode acometer outros centros urbanos em expansão, aumentando ainda mais a importância do crescimento sustentado das cidades emergentes.
Vista aérea da Cidade de Maringá - PR - Imagem de Mário Roberto Durán Ortiz/Wikimedia Commons
      Mas, de fato, qual a importância das áreas verdes para o ser humano? Bem antes de mais nada existe uma importância que não precisa ser explicada em termos científicos, ou talvez nem mesmo necessite ser explicada de forma alguma, que é a incrível capacidade que as áreas verdes tem de tornar ambientes agradáveis e adequados à vida. Talvez pelo simples fatos de nós, seres humanos, não termos sido criados para uma vida tão artificial como a que somos submetidos nos centros urbanos. No entanto se avaliarmos a questão mais técnica da importância das áreas verdes podemos citar alguns pontos:

  • Áreas arborizadas ajudam na regulação da temperatura local pela retirada de Gás Carbônico (CO2), pelo sombreamento, pelo aumento da umidade local pela evapotranspiração, etc.
  • Várias plantas possuem a incrível capacidade de funcionarem como filtros naturais atuando na retirada de poluentes químicos emitidos por exemplo por automóveis e indústrias
  • As plantas funcionam como barreiras sonoras para diminuir o ruído de avenidas, centros urbanos e indústrias e ainda barreira contra partículas de poeira e fuligem.
  • As raízes retêm água e as folhas interceptam as gotas de chuva diminuindo o escoamento na superfície e aumentando a penetração da água no solo atuando para evitar enchentes.  E também atuam evitando secas através da retirada de água dos horizontes (camadas) mais profundas do solo. Deste modo atuam como reguladoras do ciclo hídrico.
  • Protegem as margens de rios da erosão (movimentação do solo) e assoreamento (acúmulo de sedimentos nos rios tornando-os mais rasos) e filtrando poluentes que podem chegar até a água
  • Servem como abrigo da fauna permitindo a presença de aves e pequenos mamíferos nos centros urbanos evitando a sua extinção e combatendo pragas urbanas
  • Valorização estética e financeira de bairros e imóveis neles localizados
  • Entre muitos outros que poderiam ser citados. 
 Ciclovia e via arborizada na Zona Leste de São Paulo - Imagem de Danilo Prudêncio Silva

   
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