quinta-feira, 17 de março de 2016

A Mata Atlântica e suas diferentes fisionomias

Olá boa tarde a todos,
aproveito o feriado, para fazer uma postagem no meu blog, coisa que não faço a muito tempo. É engraçado o número de blogs que vemos na internet que acabam por "morrer" você vê uma postagem interessante e informativa mas logo descobre que foi feita há 5 anos atrás, e foi a última. Acho que algumas pessoas devem ter tido uma sensação parecida ao consultar o meu blog em algum momento. Enfim, espero desta vez não deixar o Biocaminhos cair no esquecimento.

Mas agora vamos ao tema desta postagem!

Muitas vezes quando estudamos sobre a Mata Atlântica nos deparamos com a divisão da mesma em fisionomias, ou seja os diferentes tipos de vegetação que a compõe e nos deparamos com termos como Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, etc. Considero que para quem é estudante de Biologia, Geografia, Eng. Florestal, ou qualquer outro curso que envolva de alguma forma conhecimentos sobre vegetação nativa, entender um pouco sobre estes conceitos é muito importante, principalmente para aqueles que tem sua área de atuação sobre a de abrangência do Domínio Mata Atlântica. Obviamente é um conhecimento interessante também para quem não é da área.
A Mata Atlântica
Não vou me ater a detalhes técnicos muito aprofundados, para tal recomendo o Livro: Ecologia e História Natural da Mata Atlântica de Athaíde Tonhasca Jr. e também o Mapa de Vegetação do Brasil do IBGE (pode ser baixado gratuitamente clicando aqui: clicando aqui). Mesmo assim, antes de mais nada, acho que é interessante entendermos um conceito: Mata Atlântica a grosso modo, é a formação florestal que recobre (ou recobria originalmente) a faixa leste do Brasil a partir do Oceano Atlântico, passando pela Serra do Mar e chegando em alguns pontos até o Oeste do Paraguai. Latitudinalmente ela se estende desde o Norte do Rio Grande do Sul, até o Nordeste (na faixa litorânea). No entanto o nome Mata Atlântica e é uma aglutinação de diversas fisionomias (tipos de vegetação) diferentes, e esse nome tem mais relevância legal e conservacionista do que mesmo científica, uma vez que um bioma é diferente do outro. A seguir vou discutir um pouquinho sobre as principais fisionomias para que possamos esclarecer resumidamente estes conceitos.

A Floresta Ombrófila Densa

ombrós vem do grego e significa "chuva", logo, em resumo, Floresta Ombrófila signica floresta onde há alta incidência de chuvas, basicamente esta fisionomia é a que recobre basicamente a Serra do Mar, em praticamente toda a região litorânea do Nordeste ao norte do Rio Grande do Sul, subindo até uma altitude de 1000m Serra acima. A serra funciona como um paredão para a umidade advinda do mar, ao bater nesta a umidade vai subindo até se resfriar e precipitar na forma de chuva e neblina (este tipo de chuva é conhecido como chuva orográfica), isto faz com que tanto o ar quanto o solo sejam muito úmidos. Aliados a boa incidência de sol acaba por ser a floresta mais frondosa do domínio, com maior diversidade, árvores de maior porte, a que mais se assemelha à Floresta Amazônica de Terra Firme. É composta por uma vegetação densa e bem diversificada, apresentando além de árvores de grande porte vegetação mais rasteira e grande quantidade de epífitas (orquídeas, bromélias, etc.) e lianas (trapadeiras com "tronco"). Para alguns esta é a Mata Atlântica "propriamente dita". Uma boa representação dela é a imagem da abertura da postagem (Foto: Heris Luiz Cordeiro Rocha, Wikimedia Commons ).

Floresta Estacional Semidecidual

Exemplo de Floresta Estacional Semidecidual (Foto de: Phillip Capper, Wikimedia Commons)

Localizada no planalto brasileiro em área de altitude média de 600m em relação ao nível do mar. A Barreira formada pelo conjunto de serras localizadas próximo a região litorânea (citada anteriormente como responsável pelo adensamento da Floresta Ombrófila) retêm a umidade vindo do oceano, restringindo a quantidade de chuva a oeste da serra. Este menor volume de água aliado à uma menor temperatura causada pela maior altitude, leva a uma floresta com uma estação seca bem definida ao longo do ano. A estação seca ocorre geralmente entre Abril e Setembro, ou seja, na época do inverno. como consequência desta falta de água, de 20 a 50% das árvores neste bioma perdem as folhas no inverno para evitar perda de água pelas folhas. Podemos entender, então o nome desta fisionomia: Estacional, devido as estações mais definidas e semidecidual devido a perda parcial de folhas no inverno (decídua = planta que perde as folhas em um período de seca.). Sua vegetação é também exuberante com dossel superior que pode atingir entre 20 e 30 metros de altura e muitas epífitas, no entanto possui uma riqueza de espécie e porte de vegetação menor que o da Floresta Ombrófila. A área de ocorrência original desta fisionomia é boa parte dos planaltos da região sudeste, estendendo-se para boa parte do Oeste do Paraná, e ainda um pouco do Mato Grosso do Sul e Goiás. No entanto, hoje, por tratar-se de região muito utilizado para agricultura encontra-se praticamente eliminada restando somente alguns fragmentos.

Em breve atualizarei a postagem com as outras fisionomias, continue acompanhando!

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